Primeiro trimestre de 2024: lucro superiora estimativas, porém baixa margem financeira e crescimento de crédito cartão a alertar. Reestruturação, equilíbrio inicial, comando, lucro líquido recorrente, ROAE, PDD, inadimplência abaixo de 90 dias, indicador acima de 90 dias, crédito concedido, estrategia, linhas seguras, crescimento 7-11%, expansão 3-7%.
Num contexto de transformação significativa, o Bradesco revelou na quinta-feira, 2 de maio, o seu mais recente balanço dirigido por Marcelo Noronha. Os dados revelados demonstram alguns progressos notáveis, porém especialistas apontam que há desafios a serem superados.
Enquanto o Bradesco continua sua jornada de reestruturação, a expectativa é que o banco implemente novas estratégias para fortalecer ainda mais a sua posição no mercado financeiro. A inovação contínua e o foco no atendimento ao cliente são elementos-chave para garantir o sucesso a longo prazo.
Bradesco: Destaques do Primeiro Trimestre
O lucro líquido recorrente do banco totalizou R$ 4,2 bilhões, representando um crescimento de 46,3% em relação ao quarto trimestre de 2023, porém um recuo de 1,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse valor superou em 9% a média das expectativas dos analistas consultados. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) alcançou 10,2% no primeiro trimestre, com um aumento de 3,3 pontos percentuais em base trimestral, mas uma pequena queda de 0,4 ponto percentual na comparação anual.
A reestruturação da carteira de crédito do Bradesco foi um dos destaques do período, com a provisão para devedores duvidosos (PDD) apresentando uma redução significativa. A PDD expandida diminuiu 25,8% em relação ao trimestre anterior e 17,9% comparado ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 7,8 bilhões. A inadimplência abaixo de 90 dias atingiu 4,1%, registrando uma queda de 0,5 ponto percentual anualmente e mantendo-se estável trimestralmente.
Por outro lado, o indicador de inadimplência acima de 90 dias apresentou um recuo de 0,3 ponto percentual, tanto na base trimestral quanto na anual, chegando a 4,8%. Esses resultados refletem a estratégia adotada pelo Bradesco de restringir a concessão de crédito e focar em linhas consideradas mais seguras, como consignado e imobiliário, após o aumento da inadimplência no período pós-pandemia.
Desafios e Perspectivas de Crescimento
Embora a qualidade da carteira tenha melhorado, a estratégia adotada gerou impacto sobre a margem financeira do banco, devido ao menor spread desses produtos. No primeiro trimestre, a margem financeira total do Bradesco totalizou R$ 15,2 bilhões, representando uma queda de 6,1% em relação ao trimestre anterior e 9% comparado ao mesmo período do ano anterior, influenciada também pelo menor volume de operações com micro e pequenas empresas.
A carteira de crédito expandida do Bradesco fechou o primeiro trimestre em R$ 889,9 bilhões, com um aumento de 1,4% trimestralmente e 1,2% anualmente. No entanto, analistas do Goldman Sachs alertam para a possibilidade de o banco não atingir suas metas de crescimento, com uma projeção de 7% a 11% para a carteira expandida e 3% a 7% para a margem financeira total até o final do ano.
Na entrevista coletiva, Noronha mencionou que a carteira de crédito atingiu um ponto de inflexão no trimestre, com um aumento significativo na produção média diária em carteira livre. A produção de crédito para pessoa física teve um crescimento de 33%, enquanto para pessoa jurídica foi de 15% em base anual. A expectativa é de uma aceleração no ritmo de concessão de crédito ao longo do ano, impulsionada pela retomada da economia.
Em resumo, o Bradesco enfrenta desafios em equilibrar a qualidade da carteira com a expansão desejada, tendo que ajustar sua estratégia para manter o crescimento dentro das projeções estabelecidas. A gestão cautelosa e o foco em linhas seguras podem ser cruciais para alcançar o objetivo de crescimento sustentável.
Fonte: @ NEO FEED
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