Executivos do setor automotivo concordam: transição disruptiva para o País tem custos altos – infraestrutura, recarga, tanque, roda, poço, dimensões, linhas, carros, híbridos, investimentos, P&D, Projeto, Lei do Combustível, Futuro.
A maioria das fabricantes de veículos que operam no Brasil optou – e pressionou – para que o País investisse em carros híbridos, em vez dos elétricos. O que antes parecia um sinal de atraso na busca pela descarbonização do setor, agora fornece segurança para as empresas seguirem em frente com novos projetos e investimentos relacionados aos carros híbridos.
Essa decisão de focar em carros híbridos pode levar o mercado automotivo brasileiro a uma transformação significativa, combinando eficiência energética com redução de emissões poluentes. Os consumidores estão cada vez mais interessados em meios de transporte sustentáveis; assim, a aposta das montadoras nos carros híbridos pode colocá-las em vantagem competitiva no mercado nacional e internacional.
Investimentos em Infraestrutura e Inovação impulsionam o Setor Automotivo no Brasil
O setor automotivo brasileiro está buscando se posicionar como referência na transição energética, com foco em veículos híbridos e biocombustíveis. Ricardo Roa, da consultoria KPMG, destaca a importância do etanol e outros biocombustíveis como opções sustentáveis já disponíveis no país, em contraste com a produção de veículos elétricos.
Com suas dimensões continentais, o Brasil enfrenta desafios em termos de infraestrutura, incluindo uma rede de recarga insuficiente. O programa governamental Mover introduz a metodologia do ‘poço à roda’, que avalia as emissões de gases de efeito estufa ao longo de todo o ciclo, desde a produção do combustível até o uso do veículo, favorecendo combustíveis como o etanol, devido à absorção de carbono pela cana-de-açúcar.
Enquanto a maioria dos países adota a metodologia ‘tanque à roda’, que considera apenas as emissões do escapamento, o Brasil busca uma abordagem mais abrangente. O Projeto de Lei do ‘Combustível do Futuro’ em tramitação no Congresso estimula o uso de etanol em híbridos e a elevação de sua mistura na gasolina, fomentando a transição para tecnologias mais limpas.
O programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) prevê significativos investimentos em pesquisa e desenvolvimento no setor automotivo, com R$ 3,5 bilhões disponíveis para este ano e um total de R$ 19,3 bilhões até 2028. As montadoras também anunciam grandes aportes, com mais de R$ 120 bilhões previstos até 2030, destacando a produção e expansão de linhas de carros híbridos.
A preferência pelos híbridos flex no mercado brasileiro considera a infraestrutura de abastecimento de etanol bem distribuída pelo país, em contraposição à limitada infraestrutura de recarga para veículos elétricos. Segundo Roberto Braun, da Toyota, a opção pelos híbridos é estratégica dada a realidade atual do Brasil.
Marcus Vinícius Aguiar, da AEA, ressalta que o uso de biocombustíveis, como o etanol, é fundamental para que o país alcance suas metas de descarbonização. Além disso, os híbridos permitem uma transição mais suave, evitando o impacto negativo de uma mudança abrupta no modelo de produção automotiva.
A aposta no desenvolvimento de tecnologias limpas e eficientes reflete a busca do setor automotivo por soluções inovadoras e sustentáveis, alinhadas com as metas de redução de emissões e com as necessidades do mercado. A combinação de investimentos, programas governamentais e incentivos setoriais visa impulsionar a indústria automotiva brasileira rumo a um futuro mais sustentável.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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