Profissionais brasileiros assinam orientações médicas e textos de saúde sobre cirurgias não invasivas, plásticas (ISAPS, 2020). Razões: estéticas e respiratória. História: rinoplastia, sexto século a.C. (Índia), punição. Tagliacozzi (Bolonha, 1500s) – teólogos, Inquisição. Antessepsia, anestesia (final XIX). Reconstrução e estética: privilegiada, séculos XX. Agora, mais acessíveis, luxo da autoestima e relevante vida.
A história da cirurgia plástica é repleta de fatos curiosos. Muitos ficariam surpresos ao descobrir que, lá no século VI a.C., na Índia, já se realizava uma forma primitiva de rinoplastia. A técnica foi desenvolvida para reconstruir o rosto de pessoas que haviam sido punidas com a amputação do nariz por cometerem algum crime, como roubo ou adultério. A evolução da cirurgia plástica ao longo dos séculos mostra como a busca pela beleza e pela correção de imperfeições físicas é algo presente em diversas culturas.
Atualmente, as cirurgias estéticas e as cirurgias de reconstrução são realizadas com tecnologias avançadas e profissionais altamente capacitados. O impacto positivo que esses procedimentos podem ter na autoestima e na qualidade de vida das pessoas é inegável. A história da cirurgia plástica é um reflexo da constante busca do ser humano pela melhoria de sua aparência e bem-estar, demonstrando como a medicina evoluiu para atender às necessidades estéticas e funcionais da sociedade moderna.
História da Cirurgia Plástica: Evolução e Significado
Os tempos mudaram, é verdade, mas a rinoplastia continua sendo uma das cirurgias plásticas mais realizadas em todo o mundo. No ano de 2020, segundo dados da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética), o Brasil liderou esse ranking, com quase 90 mil procedimentos desse tipo. Essa cirurgia, em particular, pode ser motivada tanto por razões estéticas (alterar o tamanho do nariz ou a largura do dorso, corrigir narinas muito largas ou assimetrias) como para solucionar dificuldade respiratória (desvio de septo).
Hoje a decisão de se submeter a uma cirurgia plástica é algo relativamente corriqueiro, mas nem sempre foi assim. No século XVI, Gasparo Tagliacozzi, professor na Universidade de Bolonha, tido como o pioneiro dessa especialidade, foi alvo de críticas por teólogos, para quem a tentativa de aperfeiçoar a obra de Deus era uma espécie de heresia. Depois de sua morte, o Tribunal da Inquisição mandaria queimar suas obras. Considerada pecaminosa, a plástica da face chegou a ser proibida em Paris no ano de 1788.
No final do século XIX, já com a anestesia (desde 1846) e com a antissepsia (desde 1867), a cirurgia plástica, inclusive a estética, ganhou significativo avanço, uma vez que diminuía a dor e aumentava a segurança dos procedimentos. Foram, no entanto, as duas grandes guerras do século XX, que produziram legiões de soldados gravemente feridos, amputados ou desfigurados, o grande impulsionador do desenvolvimento da especialidade. A necessidade de reconstrução levaria ao aperfeiçoamento das técnicas, que seriam empregadas também para o embelezamento do corpo e das feições.
Cuidar da aparência também é saúde. De início, a cirurgia estética, diferentemente da reconstrutiva, que nasceu de uma necessidade de saúde, foi associada apenas à vaidade. Como era um procedimento caro, estava ao alcance de poucas pessoas: a clientela dos consultórios vinha principalmente da alta sociedade. Manter a melhor aparência possível, retardando ao máximo as marcas de envelhecimento, era ainda um privilégio de poucos, mas, sem dúvida, um desejo de muitos.
Isso porque os procedimentos estéticos cirúrgicos, por um lado, se tornaram muito mais acessíveis e, por outro, passaram a ser vistos como parte da saúde em sentido amplo, na medida em que proporcionam bem-estar, satisfação pessoal e autoconfiança. Ao elevar a autoestima do paciente, a cirurgia plástica deixa de ser um luxo e passa a ser um componente relevante da qualidade de vida. Cuidar da aparência é também cuidar da saúde.
Mesmo assim, o receio de não obter o resultado esperado – ou sonhado – e os eventuais riscos que todo tipo de cirurgia traz inibem alguns pacientes, que, paradoxalmente, não hesitam em submeter-se a um sem-número de procedimentos estéticos considerados não invasivos (preenchimento, toxina botulínica, colocação de fios, harmonização facial etc.) diversas vezes por ano. Muitas pessoas buscam esses procedimentos, pois reconhecem a importância de se sentirem bem consigo mesmas.
Fonte: @ Veja Abril
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