Abril de 2024: recorde de 173.497 casos no boletim epidemiológico de arboviroses, semana 19 a 24, acima da média climatológica normal. Comitê de Arboviroses.
A metrópole de São Paulo contabilizou 480.191 ocorrências de dengue até 12 de junho de 2024. Esse valor representa um aumento significativo em relação ao mesmo intervalo de tempo do ano anterior, quando 11.320 indivíduos foram diagnosticados com a doença. As informações, que são preliminares, foram apresentadas no relatório epidemiológico de arboviroses divulgado nesta segunda-feira (17) pela Secretaria Municipal da Saúde. Em maio, especificamente, foram registrados 127.619 casos.
A febre causada pela dengue é conhecida por seus sintomas intensos, como a característica quebra-osso. A prevenção e o combate a essa arbovirose são fundamentais para reduzir a propagação do vírus e proteger a população. É essencial manter a vigilância e adotar medidas preventivas para evitar a proliferação do mosquito transmissor.
Boletim Epidemiológico sobre a Dengue em São Paulo
O registro atual de casos de dengue é significativamente maior do que a soma de todos os casos confirmados no mesmo período desde 2015, totalizando 35.919 ocorrências. O mês com o maior número de notificações em 2024 até o momento é abril, com 173.497 casos reportados.
Apesar do aumento nos números, há indícios de desaceleração da propagação da dengue em São Paulo. Durante a semana epidemiológica 19, que compreende o período de 5 a 11 de maio, foram registrados 40.378 novos casos da doença. Na semana seguinte, esse número caiu para 33.794.
Nos intervalos das semanas 21, 22, 23 e 24, a cidade contabilizou respectivamente 20.628, 10.950, 2.718 e 77 novas infecções por dengue. É importante destacar que, conforme o calendário epidemiológico, a semana 24 encerrou em 15 de junho, embora o boletim tenha considerado os dados até o dia 12 do mesmo mês.
Até o momento, a dengue já causou a morte de 222 pessoas na capital paulista, enquanto outras 441 permanecem sob investigação. Até 5 de junho, 212 óbitos foram atribuídos à dengue na cidade.
A anomalia nos casos está correlacionada com as condições climáticas. Em maio de 2024, a temperatura máxima média em São Paulo chegou a 27,3°C, ultrapassando a média climatológica normal de 23,4°C. Durante 17 dias do mês, as temperaturas superaram os 29°C, estabelecendo um novo padrão para as máximas de maio na região, conforme o Inmet.
A dengue, uma arbovirose associada a altas temperaturas e umidade, tende a diminuir à medida que as condições climáticas se alteram. Não apenas em São Paulo, mas em todo o hemisfério sul. No entanto, a previsão é de um possível ressurgimento dos problemas relacionados à dengue em dezembro deste ano, conforme alerta Kleber Luz, coordenador do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia.
A mudança climática e as características urbanas, como acúmulo de lixo e áreas propícias à proliferação do vetor, demandam atenção contínua. Cada indivíduo deve manter a vigilância em relação aos criadouros do mosquito Aedes aegypti, como ressalta Evaldo Stanislau de Araújo, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Para atender à crescente demanda de casos de dengue, a Secretaria Municipal da Saúde implementou 50 tendas auxiliares na capital, visando ampliar o atendimento a pacientes suspeitos e confirmados. Essas estruturas permanecem em operação até o momento, juntamente com a extensão do horário de funcionamento das AMAs e o reforço do quadro de profissionais de saúde.
Os sintomas da dengue variam de assintomáticos a leves, incluindo febre alta, dores no corpo, fraqueza e manchas vermelhas na pele. Em casos mais graves, conhecidos como ‘sinais de alarme’, que podem indicar complicações, é necessária a internação do paciente. Esses sinais incluem dor abdominal intensa, náuseas, vômitos persistentes, sangramento de mucosas e hipotensão postural.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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