O doxiPEP é tratamento experimental com pílula antibiótica contra infecções bacterianas ISTs pós-exposição, usado na clínica. Única dose no dia seguinte, reduz contágios de hepatites, HIV, herpes e mpox. Estudos mostraram eficácia contra virais, incluindo hepatites, HIV e herpes. Voluntários analisados recebem medicação contra hepatites, HIV, herpes e mpox post-exposição. Dose única para infecções bacterianas ISTs. Sistema de defesa contra infecções sexuais.
Uma publicação feita em 24 de abril por um rapaz celebrando a chegada de suas caixas de doxiciclina no Y, antiga rede social, viralizou, sendo visualizada por mais de 3 milhões de internautas. No post breve, ele menciona que é seguro praticar relações sexuais desprotegidas com o auxílio da doxiPEP.
No mesmo tweet, o usuário explicou que a doxiPEP é um remédio antibiótico utilizado para a prevenção do HIV. A importância de se conscientizar sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, mesmo com o uso de medicamentos, foi destacada em sua mensagem.
DoxiPEP: uso da doxiciclina como profilaxia pós-exposição
A doxiPEP, abreviação para ‘uso de doxiciclina como profilaxia pós-exposição’, é uma estratégia experimental inovadora que visa utilizar a doxiciclina, um antibiótico conhecido, para prevenir infecções como clamídia, sífilis e gonorreia. Apesar de ser comumente utilizado no tratamento da malária, a doxiciclina está sendo estudada experimentalmente para seu potencial uso na prevenção de Infecções Transmissíveis Sexuais (ISTs).
Nos estudos clínicos, a doxiciclina é administrada em dose única geralmente entre 24 a 72 horas após a possível exposição às doenças. No entanto, é importante ressaltar que seu uso fora dos estudos clínicos é considerado ‘off-label’, o que requer uma avaliação cuidadosa por profissionais de saúde.
A eficácia da DoxiPEP na redução de contágios
A DoxiPEP baseia-se em princípios da PEP (profilaxia pós-exposição), que visa impedir a replicação do vírus HIV após um episódio de risco, como violência sexual. A pílula deve ser tomada no dia seguinte à exposição e seu uso deve ser excepcional, uma vez que o uso frequente pode comprometer o sistema de defesa do organismo.
Um estudo realizado na África do Sul em 2023 demonstrou que a estratégia da DoxiPEP resultou em uma redução significativa de contágios de infecções bacterianas entre os voluntários analisados. Além disso, em pesquisas envolvendo pessoas em terapia com PrEP ou vivendo com HIV, a medicação mostrou uma redução de 88% nos casos de clamídia, 87% de sífilis e 55% de gonorreia. No entanto, é importante ressaltar que a terapia não demonstrou eficácia contra doenças virais como hepatites, HIV, herpes e mpox.
Considerações sobre a DoxiPEP
A infectologista Keilla Freitas, sediada em São Paulo, destaca que tem havido um aumento no interesse por parte dos pacientes em relação à DoxiPEP, especialmente entre aqueles que utilizam a PrEP. No entanto, ela ressalta a importância de compreender as limitações dessa estratégia.
Keilla alerta sobre os possíveis efeitos colaterais da doxiciclina, como náuseas, vômitos, diarreia e sensibilidade à luz solar. Ela enfatiza a preocupação dos infectologistas quanto ao uso indiscriminado da DoxiPEP, que pode contribuir para o desenvolvimento de bactérias resistentes. A recomendação é que o uso da terapia seja feito sob orientação médica e seguindo a posologia adequada.
Portanto, é fundamental avaliar o risco e benefício do uso da DoxiPEP, considerando suas limitações e possíveis consequências, a fim de utilizar essa estratégia de forma responsável e eficaz.
Fonte: @ Metropoles
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