Crescimento de seguidores e interações em influencers digitais preocupa mercado. Regulamentações para segmento de influência: campanhas, análises de investimentos. Normas para seguidores, repetidos engajamentos, transparencia. Influencers: atividade, publicitárias, interesses particulares. Figuras de influência: exploração de perfis, normas de atuação.
O público que acompanha os influenciadores financeiros e investidores cresceu 18,1% apenas entre o fim de junho e dezembro de 2023. Nas redes sociais, os perfis dessa vertente da influência no mercado financeiro no Brasil alcançaram 208 milhões de seguidores (com contagem repetida).
Figuras de redes sociais, personalidades financeiras, opinião-leaders financeiros e influenciadores financeiros estão cada vez mais atraindo a atenção do público ávido por conhecimento sobre investimentos e finanças pessoais. As figuras financeiras brasileiras se destacam no cenário digital, conquistando admiradores e seguidores que buscam orientação e dicas para melhorar sua saúde financeira.
Expansão do papel dos influenciadores financeiros no mercado financeiro
Quando comparamos o crescimento do público seguidor dos influenciadores financeiros entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021, a constatação é impressionante: houve praticamente uma triplicação no número de seguidores dessas figuras de influência no mercado financeiro, com um aumento de 181% nesse período.
Essa constatação é apresentada na sexta edição do relatório ‘FInfluence – quem fala de investimentos nas redes sociais’, uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em conjunto com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD).
É bastante tentador atribuir esse aumento de seguidores exclusivamente à chegada de novos influenciadores financeiros no mercado nesse intervalo de tempo. No entanto, a realidade é que as personalidades financeiras e figuras de redes sociais especializadas em finanças e investimentos estão realmente exercendo uma influência mais significativa nas plataformas digitais. Seu público está mais envolvido e engajado, como apontado pelo estudo, que revela um aumento de 11,6% nas interações médias entre o primeiro e o segundo semestre de 2023, atingindo em média 1.827 interações por post.
O número de influenciadores financeiros nesse segmento também cresceu nesse período, embora em um ritmo mais moderado, com um aumento de 3,7%, totalizando 534 influenciadores ativos. Essas 534 personalidades de influência no mercado financeiro atuavam por meio de 1.292 perfis nas plataformas Instagram, Facebook, Twitter e YouTube até o final de 2023. O crescimento no número de páginas também foi observado, com um acréscimo de 3,7% na comparação anual.
Apesar do aumento no número de influenciadores e na média de interações, houve uma queda na quantidade de publicações realizadas por eles. No segundo semestre de 2023, foram feitas 305,1 mil postagens, o que representou uma redução de 2,8% em relação ao primeiro semestre do ano.
Essa explosão de perfis, seguidores e engajamento dos influenciadores financeiros não passou despercebida pelo mercado, que passou a monitorar de perto essas figuras em ascensão. À medida que surgiram mais campanhas publicitárias relacionadas ao mercado de capitais, algumas com falta de transparência ou recomendações de investimento questionáveis, a necessidade de regulamentação dessa atividade se tornou evidente.
Anteriormente desprovido de regulamentações específicas, o cenário mudou desde o início do ano passado, quando os influenciadores financeiros chamaram a atenção das entidades do mercado de capitais. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a analisar a implementação de normas que regulem a atuação dessas personalidades.
Após o encerramento da consulta pública pela CVM em março deste ano, o mercado aguarda ansiosamente por novidades acerca das regulamentações destinadas aos influenciadores financeiros. Em setembro de 2023, a BSM Supervisão de Mercados emitiu orientações sobre a contratação desses influenciadores, seguida, dois meses depois, pelas regras da Anbima sobre ações publicitárias envolvendo empresas do setor financeiro e esses criadores de conteúdo.
Todas essas ações apontam para um novo cenário de regulação e transparência na atuação dos influenciadores financeiros, que estão no centro das atenções do mercado de capitais.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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