Rede social indiana encerra operações após compra do Twitter por Elon Musk, citando ambiente de financiamento ruim e gastos pesados.
O Koo está prestes a encerrar suas atividades. A plataforma de mídia social indiana, que ganhou destaque no Brasil após a aquisição do X (anteriormente Twitter) pelo bilionário Elon Musk, comunicou que irá encerrar todas as suas operações globalmente nesta quarta-feira (3). A companhia justificou que o encerramento se deu ‘em razão de um cenário de financiamento desfavorável’ e expressou gratidão aos brasileiros: ‘Nós apreciamos vocês’.
Após o anúncio do fim do Koo, muitos usuários da plataforma manifestaram surpresa e nostalgia. Alguns destacaram a importância da diversidade de plataformas de mídias sociais, enquanto outros lamentaram a perda de mais uma opção de interação online. A notícia repercutiu amplamente nas redes sociais, demonstrando o impacto que o encerramento do Koo teve na comunidade virtual.
Expansão da presença do Koo na Índia e no Brasil
O Koo, uma plataforma de rede social indiana, tem sido alvo de atenção tanto no Brasil quanto na Índia. Lançado em 2020, o Koo ganhou popularidade no Brasil em novembro de 2022, atraindo usuários em busca de alternativas ao Twitter, especialmente após a especulação de que sob a liderança de Elon Musk, a moderação de conteúdo no Twitter poderia ser relaxada. Com uma proposta semelhante e um nome que faz um trocadilho involuntário, o Koo conquistou a simpatia dos usuários brasileiros, resultando em 2 milhões de downloads do aplicativo em apenas uma semana.
Desafios financeiros e controvérsias na Índia
Apesar do sucesso no Brasil, o Koo enfrentou controvérsias na Índia. A plataforma foi acusada de promover campanhas do governo e de não lidar adequadamente com discursos de ódio, desencadeando uma disputa entre o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o Twitter. Modi chegou a ordenar que o Twitter bloqueasse contas de agricultores que se opunham às políticas do governo, levando a uma reviravolta quando o Twitter reverteu a decisão, alegando ‘justificativa insuficiente’.
Insatisfeitos com as ações do Twitter, membros do governo Modi e celebridades de extrema-direita migraram em massa para o Koo, atraindo milhões de seguidores indianos para a plataforma. A divisão religiosa no país contribuiu para um aumento do discurso de ódio no Koo, assim como em outras redes sociais como o Facebook. O Koo foi criticado por supostamente promover propaganda governamental e por não combater eficazmente discursos de ódio direcionados aos muçulmanos.
Desafios financeiros e estratégias de crescimento do Koo
A empresa por trás do Koo reconheceu que administrar uma rede social envolve gastos pesados nos primeiros anos, antes que ela se torne lucrativa. Com mais de 60 milhões de downloads e 8 mil perfis VIPs, o Koo buscou arrecadar fundos nos últimos dois anos. No entanto, o mercado de financiamento tornou-se desafiador não apenas para o Koo, mas para muitas startups, dificultando a continuidade das operações. A empresa afirmou a necessidade de mais tempo para atingir a lucratividade e superar os desafios financeiros enfrentados.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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