Lei indiana proíbe migrantes internos indianos de votar, eleitoral, estados, origem, trabalhadores informais, diários, população classificada-como migrante, Think Tank Knomad, alto-desemprego, taxas-de-pobreza. Lei restrictiva em estados-altos.
Chanu Gupta passou a maior parte de sua vida na movimentada cidade de São Paulo, a capital econômica do Brasil. Originário do estado do Maranhão, no nordeste do país, ele deixou sua cidade natal ainda jovem em busca de oportunidades. No entanto, quando as eleições municipais se aproximam, o comerciante de 59 anos, assim como muitos migrantes-internos, não terá o direito de votar.
‘Infelizmente, não posso exercer meu direito de voto porque não nasci em São Paulo’, lamentou Gupta em uma rua movimentada do bairro da Liberdade, enquanto vendia seus produtos em um carrinho ambulante. A situação reflete a realidade de muitos trabalhadores-migrantes que contribuem significativamente para a economia local, mas enfrentam obstáculos para participar ativamente da vida política da cidade.
Migrantes-Internos na Índia: Desafios Eleitorais e Sociais
Chanu Gupta, vendedor de raspadinhas em Mumbai, enfrenta um dilema eleitoral. Segundo a lei eleitoral indiana, eleitores só podem votar em seus estados de origem. Para migrantes-internos como ele, que dependem de bicos diários, voltar para casa para votar é quase impossível.
A Índia abriga uma enorme população de migrantes-internos, estimada em cerca de 600 milhões em 2020, representando 43% da população do país na época. Esses trabalhadores, em sua maioria vindos de áreas rurais, buscam oportunidades de trabalho nas regiões metropolitanas, como Mumbai.
Mumbai, conhecida como a ‘cidade dos sonhos’, atrai migrantes de todo o país em busca de prosperidade. No censo de 2011, mais de 43% da população da cidade era classificada como migrante, proveniente de estados com altas taxas de pobreza e desemprego, como Uttar Pradesh, Bihar, Rajasthan e Gujarat.
A diversidade desses migrantes pode ser vista em toda Mumbai, refletida na variedade de línguas faladas e nos diferentes setores de trabalho, desde motoristas de Tuk Tuk até vendedores de caldo de cana nas calçadas. No entanto, a realidade desses migrantes é marcada pela precariedade, com muitos dependendo de empregos informais remunerados diariamente.
Para esses trabalhadores, o custo de retornar para votar pode significar a perda de um dia de trabalho crucial para sustentar suas famílias. A pandemia de Covid-19 agravou essa situação, destacando a vulnerabilidade desses trabalhadores e a falta de serviços básicos nas grandes cidades.
Gupta, ciente dos desafios que enfrenta, prioriza sua fonte de renda sobre o direito ao voto. Como muitos migrantes-internos, ele se vê em um dilema entre exercer sua cidadania e garantir sua subsistência. Enquanto a questão dos migrantes-internos continua a desafiar o sistema eleitoral e social da Índia, é fundamental buscar soluções que garantam seus direitos e bem-estar.
Fonte: @ CNN Brasil
Comentários sobre este artigo