Diana Mondino negou intenção discriminatória em declarações sobre “Chineses”. Acordaram em fortalecer cooperação em “inspeções espaciais na base”. Nenhum civil detectou militares durante “visita oficial”. Ninguém teve argumento contra atividades civis.
A chanceler das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, causou controvérsia ao mencionar que uma vistoria realizada pelo governo na estação espacial que a China mantém na província argentina de Neuquén não esclareceu se havia militares, argumentando que ‘eles são chineses, são todos iguais‘. O comentário foi feito na última quinta-feira (2).
A declaração provocou reações diversas, levantando questões sobre a diplomacia entre os chineses e os argentinos, reforçando a importância de evitar generalizações. A relação entre ambos os países é de relevância estratégica, destacando a necessidade de respeito mútuo e compreensão dos chineses por parte dos argentinos.
Ministra argentina comenta visita oficial à China
Posteriormente, a ministra argentina negou que houvesse qualquer intenção discriminatória em suas declarações. Em uma entrevista ao jornal Clarín, poucos dias após sua visita oficial ao país asiático, onde se encontrou com o chanceler Wang Yi, a ministra Mondino fez questão de esclarecer seus comentários. Durante a coletiva de imprensa, ela ressaltou que ambos concordaram em fortalecer e expandir a cooperação entre os dois países.
Antes da viagem, o chanceler chinês havia destacado a Argentina como um parceiro estratégico. Durante sua estadia em Paris, para uma reunião da OCDE, a inspeção das atividades na base espacial foi um tema abordado, visto que o governo argentino garantiria que seriam atividades civis, não militares, de acordo com o acordo entre as nações.
‘Ninguém detectou militares lá… Quem investigou não identificou essa presença. São Chineses, são todos iguais’, afirmou a ministra em resposta ao Clarín. A declaração gerou críticas da oposição, que a considerou discriminatória.
Repercussão das declarações da ministra Mondino
A oposição não poupou críticas às palavras da ministra Mondino, considerando-as repugnantes e discriminatórias. O líder social Juan Grabois afirmou que suas falas ganharam maior gravidade por seu cargo de chanceler. O ex-embaixador para a França, Eric Calcagno, também se manifestou, destacando que as declarações de Mondino foram interpretadas como um insulto à China e à sua rica civilização de 5 mil anos.
A deputada da Frente de Esquerda, Myriam Bregman, ironizou a situação, sugerindo sarcasticamente que a ministra Mondino era mais adequada para ser diplomata. Enquanto isso, o governo chinês optou por não comentar o assunto, e a mídia entrou em contato com a embaixada chinesa, sem obter resposta.
Esclarecimento e posicionamento da ministra argentina
Em uma entrevista à Rádio Mitre, a ministra Mondino esclareceu que suas declarações não tinham intenção discriminatória. Ela destacou que os indivíduos presentes na base eram civis, sem uniformes distintivos, tanto os chineses quanto os argentinos.
‘Aqueles que estavam presentes eram todos civis. O argumento que me surpreende, mas não faz diferença’, ressaltou a ministra. Ela enfatizou que sua frase poderia ter sido mal interpretada fora de contexto.
Por sua vez, o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, afirmou que houve uma interpretação equivocada ou uma falha na compreensão das declarações da ministra. Ele assegurou que a discriminação não é característica de Mondino.
A ministra Mondino, com vasta experiência no setor privado em avaliação de risco e análise de mercado, assumiu seu primeiro cargo no setor público como ministra. Sua visita à China foi acompanhada de uma série de eventos e encontros oficiais que visavam fortalecer a cooperação entre os dois países.
Fonte: @ CNN Brasil
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