Justiça aceita denúncia do MP de Goiás contra 5 PMs e 2 coronéis por tortura no 12º Curso do Bope, com uso de varas, madeira e açoites, causando lesão neurológica grave.
TIAGO MINERVINOSÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás) tornou réus sete militares por suspeita de torturar um major durante treinamento do Bope (Batalhão de Operações Especiais), em outubro de 2021, e dizer para a família da vítima que ele estava com covid-19.
A denúncia apresentada contra os réus destaca a gravidade dos atos de tortura cometidos durante o treinamento do Bope. A vítima foi submetida a situações extremas, violando seus direitos humanos. A sociedade aguarda por justiça para os réus acusados nesse caso chocante.
Justiça acolhe denúncia e torna réus policiais militares e coronéis por tortura
A denúncia apresentada pelo Ministério Público de Goiás resultou na condição de réus para cinco policiais militares e dois coronéis. Os réus são acusados de torturar o major com varadas, pedaços de madeira e açoites, além de tortura psicológica, durante o 12º Curso do Bope, realizado na Base Aérea de Anápolis. Os réus tentaram esconder a tortura dos familiares do major, criando uma narrativa falsa sobre sua hospitalização devido a uma suposta infecção por coronavírus.
De acordo com a denúncia, os militares queriam atrapalhar as investigações, acreditando que a vítima poderia falecer. Para isso, justificaram a covid como causa da internação, visando um enterro com caixão lacrado para ocultar as marcas da tortura. Após passar mal e ser retirado do curso, o major entrou em coma profundo, sofrendo uma lesão neurológica grave e outras complicações devido à violência sofrida.
O major foi atendido por uma equipe médica do Comando de Saúde do centro de treinamento, sendo posteriormente transferido para o Hospital de Urgências de Anápolis em estado gravíssimo. No entanto, os réus tentaram encobrir o crime transferindo-o para o Hospital Santa Mônica, em Aparecida de Goiânia, onde um dos médicos envolvidos no caso atuava, numa clara tentativa de abafar a situação.
A família da vítima só foi informada da internação no dia seguinte, sendo proibida de visitar o major no hospital. Um médico militar, que já havia atendido o major durante o curso, informou à esposa sobre a suposta infecção por covid e problemas pulmonares. Após tentativas de transferência para outro hospital, a vítima foi levada para o Hospital Anis Rassi, em Goiânia, onde passou vários dias internado e ficou com sequelas das agressões.
Os réus, identificados como Coronel Joneval Gomes de Carvalho Júnior, Tenente-coronel Marcelo Duarte Veloso, Coronel David de Araújo Almeida Filho, Capitão Jonatan Magalhães Missel, Sargento Erivelton Pereira da Mata e Sargento Rogério, enfrentam acusações graves de tentativa de homicídio qualificado e tortura, revelando um cenário de violência e abuso de poder que demanda justiça e responsabilização.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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