13% do semiárido brasileiro é afetado pela desertificação, exigindo a proteção de áreas e unidades de conservação na luta contra a mudança climática.
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) divulgou a escolha de 12 projetos prioritários para estabelecer unidades de conservação federais na Caatinga, que serão implementadas até 2026, contribuindo para a preservação desse importante bioma. Essas iniciativas visam ampliar em mais de um milhão de hectares as áreas protegidas na região da Caatinga.
A preservação da Caatinga é essencial para a manutenção da biodiversidade e dos recursos naturais desse rico bioma brasileiro. A criação de novas unidades de conservação demonstra o compromisso do governo em proteger e conservar a Caatinga para as futuras gerações, garantindo a sustentabilidade ambiental e a proteção da fauna e flora locais.
Ampliações de Unidades de Conservação na Caatinga
Encontram-se em andamento as ampliações do Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí; da Floresta Nacional de Açu, no Rio Grande do Norte; e do Refúgio da Vida Silvestre do Soldadinho-do-Arararipe, no Ceará. Os estudos da ciência estão nos mostrando que já temos uma expansão das áreas que eram semiáridas e estão se tornando áridas. Isso representa uma mudança do clima significativa. Se negligenciarmos a preservação da Caatinga, estaremos agravando o problema, alertou a ministra do MMA, Marina Silva. O anúncio foi feito em Petrolina, Pernambuco, nessa segunda-feira (10), durante o lançamento da campanha Terra, Floresta, Água – Movimento Nacional de Enfrentamento à Desertificação e à Seca.
Missão Climática pela Caatinga e Enfrentamento da Desertificação
As iniciativas integram a Missão Climática pela Caatinga, que reuniu governos federal e locais, além da participação do secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, Ibrahim Thiaw, no enfrentamento aos efeitos da mudança climática na Caatinga, presente em 12% do território do país. Segundo dados do MMA, a desertificação afeta 13% do semiárido brasileiro. São regiões onde a atividade humana e as variações climáticas determinaram a perda total da biodiversidade, da capacidade de oferecer serviços ecossistêmicos e até da capacidade produtiva do solo para segurança alimentar.
Importância da Caatinga como Bioma e Unidades de Conservação
Localizada integralmente no semiárido, a Caatinga é um bioma exclusivo do Brasil, abrigando uma biodiversidade única, com um grande número de espécies endêmicas, que só são encontradas nessa região. Essas características, somadas ao fato de ter 60% de seu território ocupado por populações, tornam a vegetação nativa da Caatinga a mais vulnerável às mudanças climáticas, conforme indicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU.
Desafios na Preservação da Caatinga e Aumento das Áreas Protegidas
Desde 2015, o Brasil possui uma Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, estabelecida pela lei nº13.153. No entanto, nos últimos anos, o desmatamento na Caatinga tem avançado, como aponta o Relatório Anual do Desmatamento da Mapbiomas. Em 2023, mais de um quinto dos alertas de desmatamento em todo o Brasil foram registrados no bioma. Ao todo, 201.687 hectares de Caatinga foram desmatados, representando um aumento de 43,3% em relação a 2022. Os estados da Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte lideraram o crescimento dos alertas de desmatamento na região, com 87% dos municípios no bioma registrando pelo menos um evento.
Programa Cisternas e Adaptação às Mudanças Climáticas na Caatinga
Após a retomada do Programa Cisternas no ano passado, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome anunciou um pacto com os estados do Nordeste para ampliar o acesso à água para consumo e produção de alimentos. O objetivo é que o programa não se restrinja apenas à segurança hídrica e alimentar, mas também seja uma ferramenta de resiliência e adaptação às mudanças climáticas. Durante a Missão Caatinga, foram anunciados projetos para a preservação e ampliação das áreas protegidas na região.
Fonte: @ Agencia Brasil
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