Rede varejista acerta descontado de R$ 400 milhões em dívida pré-aprovada, reperfilando créditos com Banco do Brasil e Bradesco. Flexibiliza caixa com terminos de amortização, juros e principal da segunda série (2030), linha de crédito para Casas Bahia. CDI média de custo incluído. Desconto 20%.
A rede varejista Casas Bahia realizou recentemente um significante acordo de reperfilamento de sua dívida bancária, garantindo assim a preservação de R$ 1,5 bilhão em seu caixa ao longo deste ano. Esse método inovador de reestruturação extrajudicial, já aprovado previamente, reorganiza um endividamento financeiro total de R$ 4,1 bilhões da empresa. Como resultado, o prazo médio de amortização foi estendido de 22 meses para 72 meses.
Além disso, essa ação de refinanciamento da dívida da Casas Bahia representa um passo importante para a estabilização financeira da empresa no mercado varejista, permitindo uma gestão mais eficiente de seus recursos. Com essa estratégia de reperfilar o endividamento, a rede varejista poderá seguir em frente com seus planos de crescimento com mais segurança e solidez.
Reperfilamento da dívida da Casas Bahia: uma renegociação estratégica
Num acordo de reperfilamento de dívida, o custo médio de CDI + 2,7% passou para CDI + 1,2%, uma diminuição significativa de 1,5 ponto percentual. Essa alteração representa uma economia considerável de R$ 400 milhões no período, injetando um novo fôlego financeiro para a Casas Bahia.
O reperfilamento da dívida é uma solução definitiva para o desafio recorrente de desembolso anual que a empresa enfrentava. Em recente anúncio, a Casas Bahia revelou uma refinanciamento de R$ 1,5 bilhão em dívidas com vencimento em 2024 e 2025. Essa ação, inicialmente paliativa, agora se consolida como parte integrante do plano de reestruturação da companhia.
Ao optar pelo reperfilamento em detrimento do corte da dívida, a alavancagem da empresa permanece estável em 0,9 vez. Essa mudança proporciona um novo horizonte financeiro, conforme destaca Renato Franklin, CEO da Casas Bahia, ao afirmar que a gestão agora pode se concentrar plenamente na operação da empresa, sem a constante preocupação com vencimentos iminentes.
A operação de reperfilamento de dívida envolve especificamente as séries 6, 7, 8 e 9 de debêntures, assim como as Cédulas de Crédito Bancário (CCB) junto ao Bradesco e Banco do Brasil. Esses montantes de dívida serão consolidados em uma debênture de duas séries, totalizando R$ 4,1 bilhões. Anteriormente, a Casas Bahia possuía um total de R$ 1,3 bilhão emitidos nessas quatro debêntures.
Os credores dessas séries serão distribuídos entre as duas novas categorias. Dentro do modelo proposto, 37% dos recursos serão alocados na série 1, que oferecerá retorno de CDI + 1,5%, enquanto os restantes 63% estarão na série 2, que proporcionará CDI + 1%. A diferença entre as séries vai além dos prêmios, uma vez que juros e principal da segunda série serão pagos na data de vencimento, em novembro de 2030.
O Bradesco e o Banco do Brasil, que detinham R$ 2,2 bilhões em crédito corporativo e R$ 500 milhões com as assets, também são credores na nova debênture. A possibilidade de conversão da dívida em equity com um desconto de 20% no valor médio do preço das ações dentro de um período de 18 a 36 meses demonstra uma abordagem flexível e favorável aos bancos.
Essa condição pode ser estendida a outros parceiros que concederem uma linha de crédito à Casas Bahia sob condições semelhantes. Essa renegociação afeta exclusivamente os credores financeiros, sem impacto para fornecedores e seguradoras. A empresa, por sua vez, ganha maior disponibilidade de caixa e flexibilidade para operar de maneira mais eficiente.
Com esse reperfilamento, a maior parte da dívida da Casas Bahia foi prolongada até 2030, apontando para um planejamento financeiro robusto. O uso deste modelo inovador de recuperação extrajudicial pré-aprovada é viabilizado pela colaboração dos principais credores, Bradesco e Banco do Brasil, detentores da maior parcela da dívida.
A aprovação da Justiça para essa solução simplificada, sem haircut, é esperada em um prazo ágil de sete dias. Entretanto, como medida de segurança, a emissão da nova debênture conta com um prazo de 30 dias, a fim de prevenir possíveis impugnações.
Mesmo diante de desafios macroeconômicos, a Casas Bahia se mostra confiante em sua capacidade de executar um plano de transformação e colher resultados a partir do próximo ano. O compromisso com a eficiência operacional e a sustentabilidade financeira posicionam a empresa de forma sólida em seu processo de reestruturação e reperfilamento de dívida.
Fonte: @ NEO FEED
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