Seminário sobre gestão pública da arte após alteração na Lei de Diretrizes da Educação, focando em artes visuais e manifestações artísticas.
Iniciou-se nesta terça-feira, 25 de junho, em Brasília (DF), o workshop técnico ‘Cursos de arte: necessidades e análises para a administração pública e para o trabalho educativo’, organizado pelo Ministério da Educação (MEC), através do Conselho Nacional de Educação (CNE).
No segundo dia do evento, os participantes discutiram a importância do ensino de arte nas escolas e os desafios enfrentados pelos profissionais da educação. Foi destacada a relevância de estratégias inovadoras para promover uma educação de qualidade e inclusiva.
Discussão sobre a Importância da Educação em Artes
A discussão em torno da educação em artes está em pauta até esta quarta-feira, 26 de junho, com o intuito de promover e articular informações técnicas sobre o ensino da arte, levando em consideração a modificação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A LDB estipula que as quatro vertentes da disciplina (artes visuais, dança, música e teatro) devem ser integradas em todos os ciclos do ensino fundamental e médio.
O seminário está sendo transmitido ao vivo pelo canal do MEC no YouTube. Na abertura, o diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica da Secretaria de Educação Básica do MEC, Alexsandro do Nascimento Santos, enfatizou que a realização do Seminário é resultado do diálogo institucional do MEC e do CNE com a Federação de Arte Educadores do Brasil (Faeb).
A iniciativa busca fortalecer o componente curricular da arte na educação básica, além de ouvir os profissionais atuantes nesse campo em todo o país. ‘O propósito é formar um conjunto de informações para que o Conselho Nacional de Educação possa avançar em sua missão de regulamentar essa medida, assegurando sua implementação em todas as redes públicas e privadas do país’, ressaltou.
Segundo ele, é crucial garantir a aplicação da medida da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que não apenas defende a presença do componente curricular arte em toda a educação básica. ‘Queremos também garantir que esse componente curricular seja valorizado e reconhecido pela interação das diversas linguagens – artes cênicas, artes visuais, música e dança. É um desafio institucional para o Estado brasileiro, mas é um direito das pessoas explorar a diversidade das expressões artísticas no processo educativo’, enfatizou.
Posteriormente, Sueli de Castro Menezes, conselheira da Câmara de Educação Básica do CNE, abordou a trajetória da arte na educação brasileira desde os anos 1970, mencionando que, em sua época, a arte era praticamente inexistente na escola, limitando-se ao desenho geométrico. ‘Tínhamos o teatro e a música como eventos, era essa nossa experiência. Isso perdurou por muito tempo no Brasil. Nossa arte precisa de renovação, de uma reinvenção para receber o destaque que merece’, afirmou.
Ivan Cláudio Pereira Siqueira, ex-conselheiro do CNE, destacou que há décadas organizações e associações batalham para que as artes tenham destaque e continuidade nos currículos escolares e nas instituições de ensino, visando o benefício de todos os estudantes do país. Ele questionou como um país tão rico culturalmente não consegue integrar esse conhecimento acumulado em seu processo educacional formativo. ‘A escola tem sua parcela de responsabilidade, mas a educação vai além do ambiente escolar. Não atribuo toda a responsabilidade à escola, mas acredito que aproveitamos muito pouco esse conhecimento na formulação de políticas, nas decisões referentes ao processo educativo, na definição de trajetórias e estratégias de aprendizagem e pedagógicas’, ponderou.
A mesa de discussão também contou com a presença de especialistas renomados no campo da educação, que ressaltaram a importância da valorização e integração das artes no cenário educacional, enfatizando a necessidade de uma abordagem mais abrangente e inclusiva no ensino e na gestão pública da educação.
Fonte: © MEC GOV.br
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