O presidente do Banco Central queria juros mais baixos, mas questões estruturais limitam a redução da Selic.
Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a taxa de juros elevada no Brasil é resultado de diversos elementos, como a política fiscal, que influenciam a elevação do juro estrutural do país. É fundamental compreender que existem relações de causa e efeito nesse cenário. O Banco Central define a taxa de um dia (Selic) com base em diversos indicadores econômicos.
Além disso, a manutenção de uma taxa de juros alta pode impactar diretamente o consumo e o investimento no país, influenciando o crescimento econômico. Por isso, é essencial que haja um equilíbrio na definição da política monetária para garantir a estabilidade financeira e o desenvolvimento sustentável do Brasil. O Banco Central está constantemente monitorando os indicadores econômicos para tomar as decisões adequadas em relação à taxa de juros.
Taxa de Juros: Um Fator Determinante na Economia
Em meio a discussões sobre a taxa de juros e sua influência no cenário econômico, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, abordou a importância de manter a credibilidade nas decisões financeiras. Segundo ele, a taxa de juro real longa tende a subir quando a confiança no sistema é abalada.
Durante um evento no Esfera Brasil, em Guarujá, Campos respondeu a questionamentos do empresário Rubens Menin, destacando as questões estruturais que impactam a capacidade de redução da Selic. Menin expressou preocupação com a ‘quimioterapia pesada’ da política monetária, levantando dúvidas sobre a sustentabilidade do cenário atual.
Campos enfatizou que a Selic não é o único fator determinante para o prêmio de risco do juro longo, citando a importância da credibilidade da política econômica. Ele comparou a taxa neutra do Brasil com a do Chile, destacando a diferença significativa entre os países.
Além disso, o presidente do BC ressaltou a necessidade de combater as causas que elevam os juros estruturais no Brasil, buscando uma convergência da dívida fiscal. Ele defendeu a política monetária baseada em um horizonte de 12 a 18 meses, priorizando a sustentabilidade e a previsibilidade das ações.
Campos alertou para os riscos de olhar apenas para a inflação corrente, comparando a condução da política monetária a dirigir um carro olhando pelo retrovisor. Ele destacou a importância de considerar as expectativas de inflação dos agentes econômicos para tomar decisões mais assertivas.
Por fim, o presidente do BC criticou as desonerações adotadas no passado para reduzir o preço da gasolina, alertando para os impactos negativos a longo prazo. Ele enfatizou a importância de evitar medidas que gerem inflação futura, buscando uma política econômica mais sustentável e equilibrada.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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