Este domingo, noITE Brasil exibe o programa sobre maiores manifestações populares da Nova República. Politicos, artistas e esportistas se expressam. Abertura gradual e segura: consolidação, anistia, revogação AI-5. Alta inflação, rota de fuga? SNI aglutina. Política lenta e consolidada, pode aconter. Aos presos e perseguidos: democracia. Corinthians vestem a cor das diretas.
O programa Percursos da Reportagem, apresentado pela TV Brasil neste domingo (28), às 22h, comemora as quatro décadas de uma das mais significativas campanhas cívicas já realizadas no Brasil: as Diretas Já!. A edição exclusiva traz à tona relatos de pessoas conhecidas e desconhecidas, durante o período de abertura política, e suas visões sobre a consolidação da Nova República.
A trajetória emocionante das eleições diretas é explorada em detalhes no programa, destacando a mobilização popular e a luta pela democracia durante a campanha das Diretas Já!. A importância desse movimento para a história do país é ressaltada, evidenciando o engajamento cívico e a vontade do povo em influenciar o futuro político da nação.
Manifestações Populares e a Campanha por Diretas Já!
O ano de 1984 ficou marcado por um período de agitação e mobilização no Brasil, com as maiores manifestações populares desde o fim do famigerado AI-5, que marcou os tempos sombrios da ditadura civil-militar. O ápice desse movimento foi a fervorosa campanha por Diretas Já!, clamando pela volta das eleições diretas para presidente, que tomou força em abril daquele ano. Foi nesse contexto que milhares de brasileiros se reuniram nos comícios da Candelária, no Rio de Janeiro, e do Anhangabaú, em São Paulo.
Essa efervescência cívica se deu em um momento crucial da história do país, que já acumulava duas décadas sob o regime ditatorial. A abertura política, tímida e segura, iniciada durante o governo Geisel, seguia seu curso, com a revogação do AI-5 em 1978 e a anistia aos presos e perseguidos políticos em 1979, na gestão de Figueiredo. Mesmo com esses passos iniciais, a consolidação da Nova República parecia distante e incerta.
A insatisfação popular era alimentada também por uma inflação galopante, que chegou a ultrapassar os 160% ao ano em 1983, corroendo o poder aquisitivo do cruzeiro e minando as bases do chamado ‘milagre econômico’ dos anos anteriores. Nesse contexto tenso, surgiram os primeiros clamores por eleições diretas, como o ato em Abreu e Lima, em Pernambuco, que contou com o apoio dos vereadores Reginaldo Silva e Severino Farias.
O medo da repressão ainda pairava no ar, como relembra Reginaldo, que descreve a tensão do momento e a necessidade de ter uma rota de fuga em caso de perigo. No entanto, as manifestações foram crescendo em escala e ganhando adeptos, incluindo líderes partidários, artistas, intelectuais e esportistas. Um exemplo marcante foi a adesão do jogador Walter Casagrande Jr, símbolo da Democracia Corinthiana, que usava a cor das diretas como forma de expressar sua posição política.
Outra personalidade que se engajou nessa causa foi a atriz Lucélia Santos, uma figura conhecida tanto pelo público quanto pelo Serviço Nacional de Informações, que a vigiava atentamente. Para Lucélia, as Diretas Já! representavam a convergência de energias positivas, envolvendo a arte e os artistas de forma efetiva. O movimento, que inicialmente parecia distante, acabou se tornando uma voz uníssona, aglutinando diferentes setores da sociedade em prol da Democracia.
Fonte: @ Agencia Brasil
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