1,6 milhões de estudantes matriculados em licenciatura, especialmente em Pedagogia, na modalidade EAD, obrigatório pela CNE. Carga horária, regime presencial, formação de professores. Enade, CPC e TCU garantem Qualidade. (141 caracteres)
A Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) expressou sua inquietação com a possibilidade do Ministério da Educação (MEC) validar a deliberação do Conselho Nacional de Educação (CNE) que visa tornar mandatória a exigência aulas presenciais em cursos de licenciatura e Pedagogia, com no mínimo 50% da carga horária nesse formato.
A discussão sobre a educação à distância versus o ensino superior presencial ganha ainda mais destaque nesse cenário. Enquanto a exigência aulas presenciais pode impactar a flexibilidade oferecida pela educação a distância, também ressalta a importância do contato direto nos processos de formação dos futuros profissionais.
Impacto da Exigência de Aulas Presenciais no Ensino Superior
De acordo com a instituição em questão, milhões de brasileiros correm o risco de serem excluídos do ensino superior com a implementação da Exigência de Aulas Presenciais. Atualmente, conforme dados da ABED, aproximadamente 3,5 milhões de pessoas estão cursando o ensino superior de forma remota, sendo que 1,6 milhão destas estão matriculadas em cursos de licenciatura, o que as torna vulneráveis a possíveis impactos decorrentes da mudança proposta.
O Conselho Nacional de Educação (CNE) tem enfatizado a obrigatoriedade do regime presencial para a formação de professores, conforme apontado pelo Ministério da Educação. Essa exigência visa assegurar a qualidade da educação, uma vez que, segundo fontes do MEC, o crescimento desenfreado do ensino à distância resultou em uma série de cursos sem os devidos critérios de excelência.
No início deste mês, o Ministério da Educação divulgou resultados de uma pesquisa que destacam a baixa pontuação de cursos de ensino superior na modalidade EAD no Conceito Preliminar de Curso (CPC). Apenas 26,6% dos cursos avaliados obtiveram notas 4 ou 5, levantando preocupações sobre a qualidade do ensino remoto.
João Mattar, presidente da ABED, alerta para os potenciais impactos negativos dessa mudança, destacando que a atuação preventiva do Tribunal de Contas da União (TCU) revela problemas similares entre o ensino presencial e à distância. Mattar ressalta a importância de combater preconceitos e desconhecimentos em relação ao papel da modalidade EAD no Brasil.
Desafios na Formação de Professores na Modalidade EaD
De acordo com um estudo recente do ‘Todos pela Educação’, a formação de professores por meio do ensino à distância mais do que dobrou na última década, chegando a incluir seis em cada dez formandos de cursos de licenciatura. Essa realidade contrasta com a média de outras profissões, com 31% dos graduados tendo completado o ensino superior remotamente.
No entanto, a pesquisa também revela que nove cursos formadores de professores na modalidade EaD enfrentaram desafios, registrando queda de desempenho no Enade em 2021 e uma disparidade em relação aos resultados dos cursos presenciais. Dentre esses cursos, estão Pedagogia, Letras e Ciências Biológicas.
Adriano Coelho, presidente da consultoria Hoper Educação, destaca um aumento de 8% no número de cursos de licenciatura oferecidos no país, totalizando 4.750. Desse total, 271 cursos atingiram a nota máxima no Enade, representando 5,7% do total de cursos avaliados. Esses dados evidenciam a diversidade de cenários e desafios enfrentados no contexto da formação de professores no Brasil.
Fonte: © CNN Brasil
Comentários sobre este artigo