Mulheres em menopausa cirúrgica tem risco aumentado de sarcopenia, que causa progressiva perda de tecido muscular. Termos: menopausa, pré-menopause, menopause espontânea, sarcopenia, desconforto, problemas musculoesqueléticos, queda, perda de massa muscular.
Uma nova pesquisa divulgada recentemente na revista científica Menopause trouxe à tona evidências de que mulheres diagnosticadas com pré-coce menopausa cirúrgica – aquela que ocorre devido a procedimentos de remoção dos ovários – têm maior propensão a desenvolver distúrbios musculares e dores em comparação com aquelas que passam pela menopausa de maneira natural e na faixa etária prevista. O estudo contou com a participação de 644 mulheres, sendo 468 em menopausa natural e 176 com menopausa pré-coce, seja de forma natural ou cirúrgica.
No segundo grupo, as mulheres com pré-coce menopausa apresentaram maior incidência de dores musculares, o que destaca a importância de um acompanhamento médico especializado nesses casos. Cuidar da saúde física e emocional durante a pré-coce menopausa é fundamental para garantir o bem-estar e a qualidade de vida. É essencial buscar orientação profissional para lidar com possíveis desafios que surgem durante esse período desafiador da vida da mulher.
Estudo revela maior risco de problemas musculoesqueléticos em mulheres com pré-coce menopausa
Após a seleção das participantes, um questionário foi aplicado, abordando questões sobre desconforto musculoesquelético, incluindo aspectos como força física, capacidade de caminhar ou levantar sem dificuldades, subir escadas e histórico de quedas.
Mulheres que passam pela chamada menopausa pré-coce cirúrgica têm maior risco de apresentar problemas musculoesqueléticos, segundo pesquisa conduzida. Os resultados do estudo revelaram que 46,7% das mulheres que enfrentavam a menopausa pré-coce cirúrgica exibiram desconfortos musculoesqueléticos, enquanto o mesmo acontecia com 29,3% daquelas que passavam por esse estágio de forma natural e dentro da idade esperada.
A prevalência de sarcopenia, condição caracterizada pela perda progressiva de massa muscular e força, também era maior no grupo da menopausa pré-coce cirúrgica (45% contra 27,6%). Entre as mulheres com menopausa pré-coce espontânea, inicialmente os resultados também mostraram maior sensação de desconforto musculoesquelético e sarcopenia.
Mas, depois que os pesquisadores ajustaram uma série de fatores, essa relação não se mostrou tão significativa quanto a observada no grupo com menopausa pré-coce cirúrgica – considerou-se que a situação estava mais atrelada a especificidades vividas por cada uma dessas mulheres. Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo, os resultados indicam que a dor e o declínio da massa muscular estão mais associados a variações hormonais do que à idade em si.
Isso porque a menopausa cirúrgica prematura provoca uma perda mais abrupta e completa dos hormônios produzidos pelo ovário, incluindo estrogênio e testosterona, em comparação aos outros tipos de menopausa observados.
O papel da terapia hormonal na menopausa precoce
O uso da terapia hormonal até a idade natural da menopausa tem o potencial de mitigar alguns dos efeitos adversos em longo prazo, destacou a diretora médica da The Menopause Society, Stephanie Faubion, em comunicado. A menopausa precoce é um evento que pode resultar em desconforto musculoesquelético significativo, portanto, estratégias de tratamento e manejo adequadas são essenciais para melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas.
Sérgio Podgaec, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, explica que a menopausa é marcada pelo término definitivo da menstruação, geralmente manifestando-se entre os 45 e 50 anos. Quando esse processo acontece antes dos 40 anos, é chamado de menopausa pré-coce, seja ela desenvolvida de forma espontânea ou por meio de processos cirúrgicos. Além dos procedimentos cirúrgicos, a menopausa pré-coce, também conhecida como ‘insuficiência ovariana primária’, pode estar relacionada a fatores genéticos e doenças autoimunes.
Mitigando os efeitos da menopausa precoce
O estudo destaca a importância de compreender e abordar os desafios associados à pré-coce menopausa, como desconforto musculoesquelético e sarcopenia. Estratégias de tratamento personalizadas, que levem em consideração fatores hormonais e individuais, podem auxiliar na minimização dos impactos negativos dessas condições.
A pesquisa ressalta a relevância de abordagens multidisciplinares para o manejo da menopausa precoce, integrando cuidados médicos, terapia hormonal quando apropriada, exercícios físicos e suporte psicológico. Ao compreender melhor os mecanismos envolvidos na pré-coce menopausa e suas implicações musculoesqueléticas, é possível desenvolver estratégias mais eficazes para promover a saúde e o bem-estar das mulheres afetadas por essa condição.
Fonte: @ Estadão
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