Relatório: Maior gastos provisórios reduziram renda em semestres anteriores. Rentabilidade: baixa. Instituições financeiras: altos gastos com provisões. Queda taxa: Selic, colchão liquidez. Regulatórias: alterações, nova norma prudencial. Expansão lista entidades.
O Relatório de Estabilidade Financeira (REF) publicado nesta terça-feira, 30, pelo Banco Central, revelou que a lucratividade das instituições financeiras teve um leve aumento no segundo semestre de 2023 e que o sistema bancário demonstra robustez diante de desafios em diferentes contextos.
O documento enfatizou a importância da atuação do Banco Central como a principal autoridade monetária do país, responsável por regular e supervisionar o sistema bancário, garantindo a estabilidade financeira e o adequado funcionamento do mercado.
Estabilidade do Sistema Bancário e Perspectivas para 2024
Após dois semestres em declínio, a rentabilidade do sistema bancário tem apresentado uma tímida recuperação, com projeções positivas para o próximo ano, conforme indicado pelo banco central. Uma das causas principais para a queda da rentabilidade nos semestres anteriores foi o aumento das despesas com provisões. No entanto, essas despesas se estabilizaram no segundo semestre de 2023 e esperam-se menos pressionadas em 2024 devido à melhoria na qualidade das concessões de crédito recentes, como informou o BC.
A redução da taxa Selic tem desempenhado um papel crucial para as instituições financeiras, diminuindo as despesas com captações, reduzindo o risco e estimulando a procura por crédito e outros serviços bancários. Essa dinâmica mostra que a rentabilidade do sistema bancário pode se beneficiar do processo de desinflação, aliviando as pressões sobre os custos operacionais.
O colchão de liquidez do sistema bancário foi ampliado, o que contribui para a estabilidade financeira. Esse aumento é resultado do crescimento sólido das captações juntamente com a desaceleração no desenvolvimento do crédito. O documento também destaca que os títulos e valores mobiliários (TVMs) se valorizaram devido à queda da taxa de juros.
As alterações regulatórias recentes, incluindo a nova regulação prudencial para instituições financeiras, fortaleceram a análise de capital. Estas mudanças visam aprimorar os procedimentos de cálculo do risco de crédito, aumentando a margem de capital do sistema. Ademais, a inclusão de várias instituições no escopo da análise de capital confere mais robustez ao sistema.
Os resultados de várias simulações e testes de estresse confirmam a resiliência do sistema bancário em diferentes cenários adversos, de acordo com o banco central. Os testes de estresse de capital não apontam para desenquadramentos relevantes, destacando a robustez do sistema. Análises de sensibilidade também mostram que o sistema bancário possui uma boa resistência a fatores de risco individuais.
Os testes de estresse de liquidez evidenciam a capacidade dos bancos em lidar com potenciais perdas, saídas de caixa e desvalorizações em ativos líquidos. A análise do segundo semestre de 2023 enfatiza a solidez dos sistemas do mercado. As perspectivas para 2024 são favoráveis, com um contexto regulatório mais sólido e um sistema bancário resiliente diante de desafios futuros.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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